O processo de reconhecimento de intrãos e exãos em genes para definir quais trechos serão transcritos em uma cadeia de RNA guarda uma admirável complexidade e, em grande parte, é ainda um mistério. Desde os anos 80 já se sabe que é possível a partir de um só gene serem selecionados distintos grupos de exãos, cada grupo de exãos produzindo uma proteína diferente. Pesquisas recentes têm revelado que esse tipo de ocorrência, longe de ser uma exceção, é a regra no funcionamento dos genes, chegando a um número estimado médio de 5,7 variações possíveis na expressão do gene. Essa variabilidade permite que um mesmo gene exerça funções diferentes dependendo do tipo de célula em que esteja inserido. Também é possível que uma molécula de RNA maduro seja obtida pela composição de éxons de genes diferentes, ou mesmo de cromossomos distintos, através de um tipo especial de excisão chamada trans-splicing.
Essas observações têm levado a novas considerações sobre a definição de gene e também a novos paradigmas quanto à forma de organização do genoma e da transmissão da herança genética
Nenhum comentário:
Postar um comentário