sexta-feira, 3 de junho de 2011

FICHAMENTO DO ARTIGO 6


Fichamento do Artigo
Perfil comunicativo de indivíduos com a síndrome de Williams-Beuren


ROSSI, Natalia Freitas; MORETTI-FERREIRA, Danilo  e  GIACHETI, Célia Maria. Perfil comunicativo de indivíduos com a síndrome de Williams-Beuren. Rev. soc. bras. fonoaudiol. [online]. 2007, vol.12, n.1, pp. 1-9. ISSN 1982-0232.

“A síndrome de Williams-Beuren (SWB) tem sido objeto de estudo no que concerne à compreensão dos mecanismos genéticos e neurobiológicos que influenciam os comportamentos sociais, as habilidades neuropsicológicas e lingüísticas. Neste sentido, muitos pesquisadores têm investido nos estudos de correlação genótipo-fenótipo para melhor entender os aspectos comportamentais, cognitivos, lingüísticos e suas bases moleculares.” (p.1)

“A característica sociável e falante que os indivíduos com a SWB apresentam conferiu-lhes a denominação da síndrome Cocktail Party Speech (CPS). As características CPS incluem comportamento falante, fala fluente com precisão articulatória, uso de frases estereotipadas e de clichês, hábito de inserir experiências pessoais e irrelevantes ao contexto, além de comportamentos perseverativos. Os autores destacaram que este perfil comunicativo, obtido a partir de uma amostra de conversação, não é comum a todos os indivíduos com a SWB, havendo, portanto variabilidade entre os casos.” (p.2)

“A investigação da habilidade prosódica em indivíduos com a SWB foi focada  recentemente em um estudo que mostrou a presença de alterações nesta habilidade que interferem na competência comunicativa desses indivíduos.” (p.2)

“A presença de heterogeneidade não se restringe às manifestações lingüísticas e, também, pode ser encontrada nas avaliações cognitivas. Estudo recente mostrou que os indivíduos com a SWB podem apresentar funções cognitivas com maior ou menor grau de comprometimento e que, portanto, não há uma linearidade de manifestações a este respeito.” (p.2)

“A casuística deste estudo foi constituída por 24 indivíduos, subdivididos em dois grupos. O Grupo 1 foi formado por 12 indivíduos com diagnóstico clínico e laboratorial da síndrome de Williams-Beuren (SWB). O Grupo 2 foi composto por 12 indivíduos de mesmo gênero e idade mental semelhante à do Grupo 1. Estes indivíduos não apresentavam sinais clínicos da síndrome de Williams-Beuren, não apresentavam queixas neurológicas e tinham histórico de desenvolvimento típico de linguagem/aprendizagem, segundo informações dos pais e professores. A idade mental e o gênero foram os critérios utilizados por este estudo para fins de comparação estatística entre os grupos. A idade mental foi obtida a partir da avaliação de
desempenho intelectual que utilizou a escala Wechsler para crianças, para pré-escolares e para adultos.” (p.3)

“Os resultados deste estudo apontaram para a presença de características comunicativas recorrentes entre os indivíduos com a SWB, mas distintas quanto ao grau de comprometimento.” (p.4)

“Em alguns casos com a SWB, na tentativa de prosseguir com a interação comunicativa, foram observados comportamentos verbais do tipo ecolalia e perseveração, que embora não tenham sido características recorrentes aos indivíduos com a síndrome, também conferiram preenchimento do espaço comunicativo. Esses comportamentos representaram um impacto negativo do ponto de vista funcional da linguag em,   uma   v e z   q u e   r e s u l t a r am  n a   imp o s s i b i l i d a d e   d o
interlocutor compartilhar da informação a fim de continuar com o processo conversacional.” (p.6)

“Os achados mostraram também que o uso de um instrumento objetivo para a avaliação da fluência da fala, adotado por esta pesquisa, a partir do levantamento quanto à freqüência e classificação da tipologia de disfluências da fala, foi um recurso metodológico interessante que permitiu obter parâmetros sobre a efetividade da linguagem dos indivíduos com a SWB, recurso este que pôde ser reforçado pela análise estatística comparativa entre os indivíduos com e sem a síndrome.” (p.7)

“Desta forma, o uso dos componentes paralingüísticos como os trocadilhos, os jogos verbais, a prosódia e as pausas plenas, também apontadas por este estudo, podem
estar relacionados não somente ao grau de envolvimento na situação comunicativa dos indivíduos com a SWB, como também com a personalidade sociável e “falante” que nem sempre condiz com sua competência lingüística, conforme mostramos.” (p.7)

“Estudos mais abrangentes com esta população - comparada também com outras que apresentem alterações cognitivas como parte do fenótipo - podem não somente responder ao questionamento em torno da dissociação de habilidades cognitivas e lingüísticas nesta síndrome, como também favorecer os estudos em geral que abordam esta complexa correlação, em meio aos distúrbios da comunicação humana.” (p.8)

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