Fichamento do artigo
Aleitamento materno e carie do lactente e do pré-escolar: uma visão critica
A cárie dentária permanece como a doença infecciosa mais comum em crianças, estimando-se que, nos Estados Unidos, tenha uma prevalência cinco vezes maior que a da asma e sete vezes maior que a da renite alérgica. È uma doença previsível, e sua prevenção inicia-se no consultório pediátrico. Embora o pediatra seja o principal responsável pela promoção da saúde oral da criança, poucos artigos científicos com foco nesse assunto tem sido em revista pediátricas.
A cárie é uma doença infecciosa induzida pela dieta e, apesar do declínio mundial em todas as idades, em especial pela utilização do flúor, sua prevalência permanece estável na dentição decídua. Persiste como um sério problema de saúde pública, e o seu controle deve ser prioridade, pois pode levar à má-oclusão dos dentes permanentes, causar problemas fonéticos, diminuição da auto-estima e diminuir de forma progressiva o ganho de peso da criança, o qual poderia ser revertido após uma completa reabilitação bucal.
A prevalência da cárie na população em geral é incerta, pois diferenças metodológicas têm gerado dificuldade para comparar os vários estudos entre si. No Brasil, quase 60% das crianças de 5 anos de idades apresentam pelo menos um dente decíduo cariado.
Na odontologia, é quase um consenso que o aleitamento materno em livre demanda, especialmente à noite e com duração prolongada, provoque cárie. Sem definição precisa, os termos “exposição prolongada” e “desmame” tiveram interpretações diversas, culminando com os odontologistas aconselhando o desmame, inclusive com o leite materno, antes de um ano de idade. Ao desencorajarem o aleitamento materno prolongado e em livre demanda, esses profissionais desconsideram todas as vantagem já bem documentadas do aleitamento materno e a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de manutenção da amamentação até os 2 anos ou mais.
Em razão disso, a presumível cariogenicidade do leite materno é assunto de significativa importância, porque este, juntamente com seus substitutos lácteos, é a principal fonte nutritiva nos primeiros anos de vida.
A cárie do lactente e do pré-escolar (CLPE), é atualmente utilizada em substituição ás expressões cárie da mamadeira e cárie do aleitamento materno. A AAPD considera CLPE como a presença de qualquer superfície de dente decíduo cariada (cativada ou não) ou perdida (devido à cárie) ou obturada em crianças menores de 6 anos de idade.
A cárie é considerada uma doença infecto-contagiosa, multifatorial, desencadeada por três fatores individuais primário: microorganismo criogênicos, substrato criogênico e hospedeiro suscetível. Esses fatores interagem num determinado período de tempo, levando a um desequilíbrio no processo de desmineralização e remineralizaçao entre a superfice destaria e a placa adjacente. Os principais microorganismos causados da carie são os estreptococos do grupo mutans, esses patogênicos são capazes de colonizar a superfície do dente e produzir ácidos em velocidades superior á capacidade de neutralização do biofilme em ambiente abaixo do ph critico, permitindo a dissolução do esmalte, foram também descritas transmissões horizontais em beçarios de creches e intrafamiliares. No periodo denominado”janela de infctividade”, o qual corresponde a erupção dos incisivos inferiores e dos molares superiores, há maior aquisição de estreptococos, outro microorganismo envolvidos, como os lactobacilos, encontram-se associados á progressão de uma lesão já instalada, e não á iniciação da carie propriamente dita. A sacarose é o alimento criogênico mais importante e mais amplamente utilizado pelo homem. Tem o poder de transformar alimentos não-cariogenicos e anticariogenicos em cariogenicos, uma simples exposição aos alimentos criogênicos não é fator de risco para carie, e sim o freqüente e prolongado contato desses substrato com os dentes. Os fatores de risco do hospedeiro para o desenvolvimento de caries são: esmalte pos-euptivo ainda imaturo; presença de defeitos no esmalte, caracterizados especialmente pela hipoplásica morfologia e características genéticas do próprio dente e apinhamento dentário. A salina é o principal sistema de defesa do hospedeiro contra a carie, removendo a alimentos e bactérias, mantendo um sistema tampão contra ácidos produzidos, sendo um reservatório mineral de cálcio e fosfato e possuindo substancias antibacterianas.
A manutenção constante do flúor na cavidade bucal é importante para a resistência do esmalte, interferindo na dinâmica do processo de carie, reduzindo a quantidade d minerais perdidos durante a desmineralizaçao e ativando a resposta na remineralizaçao. A freqüência diária de escovação dentaria com dentifrício fluretado e a escovação antes de dormir são importantes medidas porá o controle de doença, pois mantém a concentração de flúor na saliva por um período maior, assim a carie começa com infecção primaria pelos estreptococos, seguida pelo acumulo dentro do biofilme em concentrações patogênicas, secundaria á exposição freqüente e prolongada a uma dieta cariogenica. Por fim, a fermentação de açucares pelos estreptococos no interior da placa dental causa a desmineralizaçao do esmalte, resultado na cavitação das estruturas dentarias. O processo de carie inicia-se pela descalcificação nos incisivos superior decíduos logo após a sua erupção, atingindo os molares e caninos decíduos se nenhum controle for realizado, a má nutrição ou a subnutrição pré-e perinal são causas de hipoplásica do esmalte, a higiene oral normalmente é deficiente, provavelmente a exposição ao flúor pe insuficiente, e há maior preferência por alimentos com açúcar, varias doenças estão associadas com a clpe, entre elas má nutrição, asma, infecções de repetição, doenças crônicas e uso de medicamentos, a desnutrição infantil ainda é um importante problema no Brasil, especialmente nas regiões norte e nordeste, o que poderia contribuir para que, nessas regiões, a proporção de dentes cariados seja sensivelmente mais alta. Também foi observado que a dieta do lactente brasileiro é deficiente em ferro, monótona, com utilização freqüente de biscoitos, espessastes, salgadinhos e açucar, caracteristicamente alimentos de alta cariogenicidade.
A interrupção da amamentação assim que a criança pudesse beber de uma xícara, ao redor dos 12 meses. Essas publicações são passiveis de criticas por apresentarem um numero muito reduzido de casos, alem do fator de que duas crianças utilizavam mamadeira, e, para as sete restantes, não existia menção de defeitos do esmalte, do meio bacteriano e da composição da dieta, a carie encontra-se associada ao aleitamento materno quando o padrão de consumo apresenta determinada característica, como livre demanda, freqüência elevada de mamadas ao dia, duração prolongada e, principalmente, mamadas noturna freqüente, levando ao acumulo de leite sobre os dentes, o qual, associado á redução do fluxo salivar e á ausência de limpeza, poderia provocar o aparecimento de lesões. Em oposição a esses argumentos esta o fato de o leite materno ser liberado por ordenha diretamente no plano mole não sofre estagnação ao ser segurado e ser difícil de ser quantificado quanto ao volume ingerido pela criança, alem de não haver informações na literatura sobre o que é um padrão aticipio de consumo para crianças em aleitamento com ralação a freqüência alimentar. As variáveis devem ser tratadas como indicadores de risco, pois são apenas fatores de risco prováveis putativos associações com carie mais consistentes foram aquisição precoce da infecção pelos estreptococos, dieta altamente cariogenica,escovação dentaria diária precária hipoplásica do esmalte.
Em resumo, contrata-se que estudos relacionados a clpe com aleitamento materno invariavelmente só observaram os fatores inter-relacionando com o surgimento da carie deixando de lado aqueles associados á amamentação.
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